A cidade de Sousa, localizada no sertão paraibano, distante 438 quilômetros de João Pessoa, possui 234 anos de história. E é justamente a questão histórica que vem sendo o centro das discussões entre moradores, políticos e representantes de entidades de classe. O alvo dessas discussões é o problema que se tornou o excesso de prédios públicos e privados tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP).
Segundo o levantamento da Federação das CDL´s da Paraíba (FCDL-PB) existem atualmente no município de Sousa 1740 imóveis nessa situação. Número maior que os registros da cidade de Ouro Preto -MG, agraciada pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como patrimônio Cultural da Humanidade e conhecida nacionalmente como uma das rotas mais procuradas por turistas brasileiros e estrangeiros.
O presidente da FCDL-PB, José Lopes da Silva Neto, cobrou soluções por parte do Governo do estado para que a cidade não seja prejudicada futuramente, assim como vem sendo atualmente, já que, segundo ele, muitos arquitetos e empresários encontraram problemas ao tentar investir em áreas catalogadas pelo órgão estadual.
“A gente sabe muito bem que existem alguns prédios e residências que têm braço histórico na cidade de Sousa. Porém, nosso pleito maior não é retirar a importância de todos os imóveis, mas sim destacar apenas os que realmente tenham algum traço histórico. Os sousenses são reconhecidos pelo empreendedorismo e nós não podemos aceitar de forma alguma que esses 1.740 imóveis permaneçam prejudicando o desenvolvimento da economia do município”, disse.
O dirigente lojista chamou atenção para a existência de quarenta e quatro ruas e vários terrenos que receberam tombamento do IPHAEP. “São vários locais que não têm absolutamente nenhum traço histórico e estão tombados. Isso é motivo de piada lá fora”, completou.
Uma comissão formada membros da CDL Sousa, Associação Comercial, Sindicato do Comércio Patronal e outras entidades de classe deverá ser montada para se reunir com o governador João Azevedo a fim de pedir que soluções sejam tomadas com o objetivo de que seja feito o zoneamento de todos os imóveis e que somente os que tenham real valor histórico permaneçam tombados.
FCDL cobra agilidade ao IPHAEP
O presidente da FCDL Paraíba, José Lopes da Silva Neto, lamentou a falta de celeridade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP). Segundo ele, várias cidades paraibanas possuem prédios deteriorados ou com pouca importância histórica, mas que não podem ser demolidos ou reformados por causa da interferência do órgão. “É preciso rever esses posicionamentos do IPHAEP. Esse problema não está limitado ao município de Sousa. Sabemos que cidades como Pombal, Cajazeiras, João Pessoa e Campina Grande sofrem com essa morosidade”.